Jó 1: 1 a 22 e 2: 3, 10
Jó era um homem sincero, reto e temente a Deus, e desviava-se do mal.
Essa não é uma descrição qualquer, foi a descrição que DEUS fez de Jó no versículo 8. Ele disse que não havia ninguém na terra igual a Jó. Aos olhos de Deus Jó não vivia de aparências, apresentando algo por fora contrário ao seu interior, ele era sincero. Jó andava em retidão e não em caminhos tortos, ele temia ao seu Deus e por fim, ele desviava-se de toda a correnteza do mal que vinha contra ele.
Por este exemplo podemos nos perguntar “Se hoje Deus me descrevesse, qual seria Sua opinião sobre mim?”.
Jó era também um homem próspero, de acordo com a Bíblia ele era o maior homem do oriente. Satanás atentando apenas para o que Jó possuía supôs que a riqueza era o motivo de sua fidelidade a Deus. As pessoas que buscam um pacto com o diabo só o fazem em troca de alguma coisa, talvez por isso o raciocínio de Satanás: “Deus deu tudo a ele, é por isso que ele é fiel!”
A partir desse pensamento, o inimigo sugere que Deus tire todas as coisas de Jó, certo de que assim ele blasfemaria contra Deus.
No versículo 12 é possível perceber que Deus CONFIAVA em Jó, ao contrário do que o diabo pensava, Deus sabia que o coração de Jó era fiel a Ele e não às bençãos dEle, e por causa dessa confiança Deus permitiu que as coisas mais preciosas da vida de Jó fossem tiradas.
Em um mesmo dia Jó recebe quatro notícias ruins, uma atrás da outra, antes que houvesse tempo para digerir a primeira e antes mesmo que essa acabasse de ser dada, chega a segunda e assim por diante até a última. Num curto espaço de tempo Jó ouve sobre a perda de bois, jumentas, ovelhas, camelos, servos e provavelmente a maior perda de todas: seus filhos e filhas.
Alguns animais foram roubados por homens, mas as ovelhas e alguns de seus servos foram consumidos por “fogo de Deus” como disse o mensageiro (cap. 1 vs. 16). A casa onde seus filhos e filhas se encontravam foi derrubada por um vento vindo do deserto.
Talvez em situações assim nós questionaríamos: “Por que Senhor? Se controlas a natureza, por que ela fez isso?”
Às vezes cremos que se todas as coisas estão correndo bem é porque Deus está fazendo assim, e por crer assim temos a sensação de “confiança em Deus”, mas se no meio do percurso as coisas mudam de rumo ou parecem terminar totalmente diferentes do que esperávamos ou planejávamos, então toda a sensação de confiança some e dá lugar a um enorme “Por que?”.
Ao contrário do que provavelmente faríamos hoje, Jó não perguntou o porquê daquilo tudo. Ele se entristeceu sim, o ato de rasgar seu manto e raspar sua cabeça nos demonstra isso, mas quando ele se lançou em terra a bíblia não diz que ele acusou a Deus ou que ele se arrependeu de ter sido fiel, mas sim que ele ADOROU.
Só até aqui a atitude de Jó já dá uma grande lição: ele havia perdido TUDO, ele estava triste, mas ele adorou, não murmurou, não se revoltou contra Deus, só adorou. Normalmente quando estamos tristes, adorar a Deus não parece uma opção atraente, mas Jó optou por ela.
Mas a lição não termina aí, em sua adoração Jó declarou que seu coração não estava firmado nas bençãos que recebera: “Nu saí do ventre da minha mãe, e nu tornarei para lá; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor”.(vs. 21).
Jó já entendia o que Paulo viria a dizer em I Tm. 6:7 (“Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele”).
Nós aprendemos que o louvor é dado a Deus por suas bençãos e maravilhas, ou seja, pelo que Ele faz, e a adoração por aquilo que Ele é. Jó conseguiu louvá-Lo quando não havia bençãos aparentes pelas quais agradecer (“O Senhor o deu e o Senhor o tomou”) e adorou (“Bendito seja o nome do Senhor”) no momento em que um crente circunstancial não acharia Deus digno de adoração.
Após todas essas coisas Deus continuou atribuindo a Jó todas as qualidades iniciais (cap. 2 vs. 3) e ainda reforçou a sinceridade permanente de Jó mesmo após os últimos acontecimentos e quando Ele permitiu que o diabo tocasse na saúde de Jó, ainda assim este não pecou contra Deus, sua mulher desistiu de crer que a sinceridade o traria algum benefício mas Jó aceitou a tribulação com o mesmo coração que aceitava as bençãos (cap. 2 vs. 10).
“…porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido e sei também ter abundância: em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade. Posso todas as coisas naquele que me fortalece”. (Fp. 4: 11b-13)
Coisas para se perguntar:
- Qual seria a descrição de Deus sobre mim?
- Me pareço com Jó em algum aspecto?
- Por que meu coração é fiel a Deus? Ele poderia colocar minha fidelidade à prova confiando que a resposta seria positiva?
- Como reajo se o que estava indo bem parece perder completamente o sentido?
- Sei adorar a Deus nos momentos de maior tristeza e frustração?
- A que coisas meu coração está apegado? Visíveis ou invisíveis?
- Consigo louvar e adorar quando não parece haver motivo aparente para nenhum dos dois?
- Será que as qualidades encontradas por Deus em mim permaneceriam e ainda seriam reforçadas por Ele depois de um terremoto em minha vida?
Que nossos corações estejam firmados somente nEle pra que terremoto algum impeça nossa adoração.